A experiência audiovisual para uma pessoa com surdez ou perda auditiva é complicada. Assistir a filmes, séries e novelas sempre foi um desafio. Os produtos são claramente feitos para quem ouve, e, por isso, a tentativa de entender a história, para quem é surdo, fica bastante prejudicada.
A notícia boa é que o entretenimento aliado às novas tecnologias promoveu a inclusão de desse grupo, composto por 10 milhões de pessoas, no Brasil. Não só isso, a possibilidade de essa mesma parcela da população produzir conteúdo fez com que começassem a ser transmitidos vídeos segmentados, com legendas e Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A vantagem é que os vídeos são acessíveis para os surdos de vários graus (leves, moderados ou profundos), para aqueles com perda auditiva, assim como os que manejam a linguagem de Libras.
Maquiagem e cozinha
O maior volume de canais especializados para o público surdo é sem dúvida da categoria “tutoriais de maquiagem”. Larissa Jorge, Nathalia da Silva e Kitana Dreams são responsáveis por quase 33 mil seguidores na plataforma e mais de 1,6 milhão de visualizações.
O blog de Larissa tem mais de 28 mil inscritos e vídeos publicados duas vezes por semana. Além dos vídeos de maquiagem, ela também fala sobre a vida de quem é surdo: rotinas como escolher o sinal que represente seus nomes e interpretar os códigos de Libras virtual.
Nathalia tem menos inscritos, pouco mais de seis mil, mas também conta com vídeos muito interessantes, como os que explicam as diferenças entre o cotidiano de quem é ou não surdo. Já Kitana Dreams representa um nicho: é surda e drag queen. Tem quase sete mil fãs.
Para os ouvintes não há nenhum problema em assistir a um programa de culinária e tentar copiar a receita. Mas para os surdos isso não é fácil. Por isso, o casal Débora e Felipe Dable, do canal Chef Cenoura, decidiu fazer vídeos segmentados. Ele cozinha e ela traduz tudo em Libras. E já ganharam quase seis mil fãs.
Aulas
O mais interessante dos canais é que eles não só ampliam a representatividade de quem é surdo, mas promovem a integração de grupos com interesse nesse tema . É possível ver todo esse carinho nos comentários postados.
Outro perfil presente nos canais são os de professores de Libras. O mais popular deles é o de Paula Maria Markewicz, com mais de 17 mil inscritos. Ela ensina o vocabulário e comenta a rotina de quem não escuta.
Legendas
Tanto pensando nesse público quanto visando audiências internacionais, o YouTube criou uma nova ferramenta que permite que os donos de canais e seus fãs construam as legendas dos vídeos. A plataforma é intuitiva: já marca nos vídeos os trechos com necessidade de inclusão de legenda, basta preencher.
TV e serviços de streaming, como a Netflix, também passaram a legendar a programação. Na TV por meio de closed caption, na internet com legendas para todas as produções, inclusive as brasileiras.
Se você tem surdez em qualquer grau, perda auditiva ou até mesmo uma audição perfeita, o ideal é sempre cuidar bem do seu ouvido e ter acompanhamento de um médico otorrino. Procure os profissionais do CEOL, que conta com diversas especialidades, exames e equipe de fonoaudiologia.