Garganta

De um modo de vista abrangente, a “garganta” compreende a cavidade oral, a faringe, a laringe, o pescoço e o inicio da traquéia e esôfago. Por ser a porta de entrada dos aparelhos digestivo e respiratório, a garganta está exposta a muitos agentes agressores, e apresenta para isso vários mecanismos de defesa, como um revestimento interno conhecido como mucosa, que funciona como uma barreira; a produção de saliva pelas glândulas salivares e a presença de grande quantidade de tecido linfóide, que faz parte do sistema imunológico.

Glândulas salivares

Em toda a mucosa (tecido de revestimento) da boca existem milhares de pequenas glândulas que produzem saliva, mantendo a boca sempre úmida. As glândulas salivares maiores, por outro lado, estão dispostas próximas a mandíbula, e produzem grande parcela da saliva – são a sublingual, as submandibulares e as parótidas (estas conhecidas por serem o sítio de infecção na caxumba).

Além da caxumba, outras afecções das glândulas salivares maiores são as causadas por estagnação da saliva no seu interior devido a impactação de cálculos (“pedras”) nos seus canalículos de drenagem, em situação análoga às pedras no rim e vesícula. A sialolitíase (do grego sialo: saliva; litho: pedra) acomete principalmente as glândulas submandibulares, e podem causar dor durante as refeições, por ser grande a produção de saliva a fim de facilitar a digestão dos alimentos.

Pescoço

O pescoço contém no seu interior vasos sanguíneos, nervos, glândulas, linfonodos e músculos. Devido a grande proximidade de todas estas estruturas com os aparelhos respiratório e disgestivo, os pacientes também podem se queixar de “dor de garganta” quando são acometidos por problemas nestas estruturas. A tireoidite é um exemplo disso – uma inflamação aguda na glândula tireóide que causa dor cervical anterior, principalmente ao deglutir.

O aumento de gânglios no pescoço (“ínguas”) também é muito comum em diversas doenças, principalmente em crianças e adolescentes, na maioria das vezes decorrentes de infecções nas vias aéreas, merecendo apenas uso de medicação sintomática e observação. Gânglios cervicais devem ser acompanhados por otorrinolaringologista, pois em alguns casos pode haver necessidade de maior investigação.

Dr Caio Athayde, Médico otorrinolaringologista